Profissionais contam como é trabalhar com programação
Em entrevista ao g1, pessoas da área contam que o universo da programação é uma boa porta de entrada para quem busca construir carreira em TI, mas setor impõe vários desafios; leia relatos. Por Darlan Helder, g1
De malas prontas para o Canadá
Moradora de Itapevi, na Grande São Paulo, Patricia Alves, de 39 anos, nunca esteve tão feliz. Ela está de malas prontas para se mudar para o Canadá no segundo semestre deste ano, onde irá trabalhar como engenheira de dados.
Ela chegará ao país prestando serviço para a mesma agência de marketing digital em que atua no Brasil (ainda ganhando em real). Mas já tem acertada a migração para uma empresa local, onde irá receber mais e em dólar. O valor não foi revelado.
A profissional relata que já passou por muitas áreas e, antes de fazer carreira na tecnologia, ela vivia de trabalhos pontuais — a falta de uma profissão fixa era um incômodo interno.
O primeiro passo foi dado há cerca de 15 anos ao fazer uma graduação em análise em desenvolvimento de sistemas. Mas Patricia decidiu trancar o curso pela falta de oportunidades para mulheres na área.
Mais para frente, em 2020, ela se matriculou em um curso gratuito de linguagem Python. Foi amor à primeira vista: gostou tanto do conteúdo que foi além e começou a estudar engenharia de dados na SoulCode, uma edtech parceira do Google Cloud e que oferece bolsas de estudo em tecnologia.
“Eu tinha muito medo de não entender a lógica da programação, mas esse primeiro curso de Python quebrou esse bloqueio. Foi muito didático. Hoje, eu estou em dados, mas ainda preciso da programação para facilitar o meu trabalho”, relata Patricia, que conseguiu entrar em TI dois anos depois.
Patricia se mudará para o Canadá com a família no segundo semestre de 2022. — Foto: Celso Tavares/g1
A possibilidade de trabalhar o tempo todo de casa é um diferencial importante. “Eu não me imagino mais trabalhando presencial”, diz.
Mãe de duas meninas e um menino, ela já vem estimulando os filhos a seguirem na área. “Eu não fico trabalhando de cara fechada porque eu realmente gosto do que faço. Meus filhos acompanham a minha rotina e veem que não é um trabalho chato”.
“Eu tenho uma rotina muita atribulada com três filhos, então o meu regime de trabalho precisa ser flexível o bastante para eu conseguir dar conta de tudo e ainda ter um tempinho para ter vida social”, completa.