
A educação no Brasil vem sofrendo sérias derrotas ao longo das primeiras décadas dos anos 2000, mas a principal delas foi causada e repercutida pelo péssimo desempenho do país nas analises da OCDE (link para o relatório: https://todospelaeducacao.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2021/06/A-Educacao-no-Brasil_uma-perspectiva-internacional.pdf), o que mais surpreende os analistas é que o Brasil vinha apresentando melhora entre o fim dos anos 1990 e o início dos anos 2000. Nesta época estávamos cercados de esperança com taxas altas de matrículas e planos governamentais de inclusão e pluralidade na educação e participação pesada da iniciativa privada no interesse de formação de profissionais. “Mas o que deu errado neste meio tempo?”, você deve se perguntar.
Mesmo formando mais e incentivando a educação o modelo de educação conteudista falha ao entregar mais indivíduos pensantes a sociedade mas economicamente eleva esta população nos fundamentos da sociedade econômica. De início isso é um ótimo indicador para uma primeira etapa, pois na próxima geração os filhos destes terão mais estabilidade financeira para ai sim procurar uma educação com mais fundamento humano de social. Mas para que isso aconteça duas coisas são indispensáveis no processo, a manutenção da educação acessível e a reforma das metodologias de aprendizagem, encontramos finalmente o erro do Brasil, chegado em 2021 o país apresenta um descaso enorme com a ciência graças a uma investida voraz das tecnologias nas gerações mais antigas e um trabalho de descrédito nas gerações posteriores com ataques as minorias e implementação de um assassinato do modelo construtivista nas escolas e abandono total das políticas de estado para educação de qualidade. A educação particular passou a ser um negócio que usou do pensamento elitista para sobreviver e crescer, grandes conglomerados de universidades apareceram e milhares de escolas particulares começaram a disputar espaço com a iniciativa pública que também não tinha forças para competir com pensamento escola para todos. Aqui encontramos nosso ponto de virada na historia da educação do Brasil, para fazer realmente diferença econômica, a educação precisa estar disponível para o maior número possível de pessoas e não reservada como prêmio a um grupo que tem possibilidade de pagar por ela.
Sem acesso a educação de qualidade não cultivamos o nosso capital humano e não geramos empregos e novas tecnologias, não temos novas empresas e nunca chegamos a transformar a informação obtida em capital inovador. Agora 20 anos ainda sofremos um pandemia que pode sim ser uma porta para acesso democratizado a educação, porem isso precisa seguir alguns passos para se tornar real e principalmente mudarmos o modo com que encaramos o processo de aprendizagem.
Mas pensando em formas de solucionar este cenário que aparentemente é complexo e de quase impossível solução notei que a qualidade da educação está refletida em 3 fatores principais, em primeiro lugar está a sobrecarga do professor e como as metodologias que centram o educador como um banco de conhecimento pode desgastar e sobrecarregar o profissional, que já enfrenta jornadas de até 16 horas entre aulas planejamento e deslocamento as unidades, em segundo lugar é a dependência e do aluno, falta de organização do tempo e protagonismo no processo de educação, falta lembrar o aluno com regras de gestão simples de tempo que irão ajuda-lo com habilidades importantes como resiliência e validação. Por ultimo mas também relevante é a metodologia e cronologia não há um eixo temático para condução da disciplina e a variação de assuntos pode causar estafa no aluno e absoluto desinteresse no conteúdo já que somos atraídos por narrativas cronológicas.
Assim a proposta do unir métodos ágeis para gestão do tempo do aluno com STEAM para formarmos projetos concretos e interdisciplinares pode revolucionar a educação para geração Z que tem pré requisitos bem definidos para o processo educacional. O vídeo a seguir mostra 3 exemplos de projetos executados desde colégios de ensino fundamental até escolas de educação técnica.
Como podemos avaliar os projetos tem menor desgaste do profissional de educação, manifestam baixas respostas de ansiedade aos alunos, o desenvolvimento é tratado como experiência e a gestão de tarefas pode melhorar os níveis de responsabilidade, independência e organização do tempo dos alunos e professores.
Não é simples trabalhar incialmente com a metodologia mas existem diversos grupos de apoio ao professor como a STEAM Brasil, World Foundation e a STEAM.ORG. existem diversos canais de comunicação entre docentes entusiastas da linha de desenvolvimento e montagem de modelos que podem ser testados com salas laboratórios, o que precisamos é começar a pensar com inovação na educação, modelos perfeitos de academias como a educação japonesa e coreana estão em sérios apuros com modelagens educacionais conservadoras e modelos como a educação de Israel e Inglaterra estão mostrando modelos mais liberais e com métodos mais aproximados do desenvolvimento livre e criativo.
A educação vai mudar após a pandemia, então que a mudança seja para melhor, eu acredito que o Brasil só poderá realmente evoluir com educação baseada em ciência, criatividade e empatia. A conclusão de todos os laboratórios são únicas e levam ao mesmo ponto, precisamos entender que hoje o professor precisa deixar de competir com marketing e iniciar um processo de prazer da aprendizagem ou vamos perder uma leva inteira de matriz humana. Como pai, educador, professor e pesquisador temo por tempos obscuros e se posso influenciar para mudança que comecemos logo a pensar em como ajudar nossos alunos e filhos.